Tradução: Graciela Chatelain
(Psicóloga Social formada na Primeira Escola Privada de Psicologia Social fundada pelo Dr. Enrique Pichon-Rivière.)
ENRIQUE PICHON-RIVIÈRE foi um mestre, um criador. Sua vida se construiu, até seu último dia, como um processo permanente de aprendizagem.
A tarefa criativa, a investigação sistemática, a fidelidade sem alternativas ao interjogo fundante de todo conhecimento científico entre experiência concreta e elaboração teórica, permitiram que fosse não só um lúcido e eficaz terapeuta. Essa capacidade criativa e essa lucidez fizeram de Pichon-Rivière o iniciador de uma corrente no campo da psicologia latino-americana.
A originalidade profunda do pensamento pichoniano consiste na abertura de uma problemática em psicologia, quer dizer, a proposta, a partir de novas premissas, a pergunta pelo sujeito e seu comportamento, pergunta essencial, fundante de toda reflexão psicológica.
Nasce assim uma concepção à que polemicamente denominamos psicologia social, histórica e concreta. Só a polêmica justifica esta adjetivação, já que desde nossa perspectiva, em psicologia só há um saber cientifico, objetivo; o saber que tome como ponto de partida “O homem em Situação”, a determinação social da natureza humana, e em conseqüência sua historicidade, abordando ao sujeito nas suas condições concretas de existência, na trama de relações que constituem sua cotidianidade.
Hoje, em tanto, reflexão psicológica é terreno no qual se enfrentam diferentes concepções do homem e o mundo, essa polemica resulta inadiável, já que é precisamente desde a concepção de homem e em conseqüência desde a definição de sujeito, que se organiza toda tarefa concreta no campo da psicologia. O pensamento de Enrique Pichon-Rivière seguiu uma trajetória, que ele caracterizou como uma passagem “da psicanálise à psicologia social”. Em cada momento de seu desenvolvimento buscou ou criou um âmbito institucional que enquadrará sua prática e veiculizará essa elaboração conceptual. Trabalha assim no Asilo de Torres, no Hospício das Mercês, funda a Associação Psicanalítica Argentina, a Associação de Psicoterapias de Grupos, A Escola de Psiquiatria Dinâmica e o Instituto Argentino de Investigações Sociais, que se fusionaram mais tarde na Escola de Psiquiatria Social, à que por sua vez de transformaria naquela instituição à que Pichon-Rivière dedica os últimos anos de sua vida e em cujo interior se desenvolve um dos períodos mais fecundos de sua obra, sem dúvida o momento de síntese e de novas aberturas: A Primeira Escola Privada de Psicologia Social.
O que é uma Escola? O termo não só faz referência a uma instituição formativa, à comunidade de aprendizagem que se estrutura sobre um trabalho compartilhado de informação e instrumentalização. Escola significa também uma linha de reflexão, um corpo teórico definido. Quer dizer um esquema Conceitual, referencial e operativo veiculado e retrabalhado nesse âmbito institucional; mas não só ali.
Tradução: Graciela Chatelain
(Psicóloga Social formada na Primeira Escola Privada de Psicologia Social fundada pelo Dr. Enrique Pichon-Rivière.)
Centro Interdisciplinar de Estudos Grupais Enrique Pichon-Riviére
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